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“O verdadeiro jejum tem como finalidade comer o alimento verdadeiro, que é fazer a vontade do Pai. Ele deve servir para mortificar nosso egoísmo. Na época atual, o jejum perdeu um pouco seu valor espiritual e adquiriu mais, em uma cultura marcada pela busca do bem-estar material, o valor de uma medida terapêutica para o cuidado do próprio corpo”. Palavras do Papa Bento XVI. Fatalmente, o jejum ganhou ares de dieta: deixa-se de comer carne para evitar as calorias, e não pra valorizar a reflexão em detrimento da ausência do material. A vontade de Deus fica pra depois, enquanto priorizamos nossos desejos pessoais.
O jejum é um instrumento de aproximação com a esmola e com a oração, uma forma de contemplarmos o vazio e, dele, extrair pedras preciosas. Devemos jejuar para transformar o silêncio em ação, para que o egoísmo seja mortificado e a carne de dentro ganhe um novo aspecto, menos sangrado e mais vigoroso. Não adianta nada evitar gorduras, pizzas, excesso de doces e churrascos se o exagero de fartura continua minando de nossas atitudes, se continuamos ferindo quem amamos, se não curamos as feridas dos que sofrem, se não deixamos cicatrizar a dor de quem nos pede perdão, se permanecemos matando os sonhos uns dos outros.
Os rostos e corações machucados provam que nossos jejuns não passam de fachadas, pois não produzem o milagre de ressuscitar brilhos no olhar e sorrisos sepultados. O alimento verdadeiro é a vontade do Pai e só pode ser comido quando a vida se transforma em um prato cheio de amor, fraternidade, paz e esperança. Nossa fome de justiça é que precisa ser saciada. Caso contrário, até a sexta-feira da paixão muitos outros inocentes terão sido crucificados ao lado Cristo.
Então..."nem só de pão viverá o homem." São palavras do Mestre.
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