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Não, não é saudade. É falta o que sinto de você – e sinto em excesso. E o excesso é tão grande que enche o meu vazio de você, transformando-o em um monte de espacinhos, onde eu fico, feito um bobo, desenhando teu sorriso. Porque só o que você vem de você é capaz de colorir esta minha aquarela, tão desbotada pela ação dos muitos sorrisos que já desperdicei na tentativa de me pintar por dentro.
Quando você se afasta, meu sorriso perde um pouco a graça. Se você não estiver me assistindo, meu programa sai do ar e a plateia do meu coração grita pedindo mais. Se você não estiver me lendo, meu texto perde a coesão e a coerência: pontuo onde deveria pausar, insiro vírgulas onde deveria exclamar, crio parágrafos onde deveria encerrar. E se você não me ouve, minha voz deixa de ser canção e torna-se desafinada, deixa de ser som suave e se transforma em canto daquelas bandas jovens que gritam demais.
Me empresta seu abraço pra eu me aquecer? Me empresta seu peito pra eu morar? Me empresa seu sorriso pra eu brilhar? Me empresta sua força pra eu vencer? Me empresta seu medo pra eu ter coragem de te enfrentar? Eu só queria que você sentisse o quanto eu sinto por saber que você tem medo de se enxergar através de mim. Porque não, definitivamente, você não tem medo de mim: você tem medo é de você.
Vem, eu te ajudo a vencer. Eu preencho este seu rascunho e te transformo em arte final, revisada, pronta para enfeitar a vida. Deixa que eu te rabisco, conserto, enfeito. Mas, me dá o pincel? Teu olhar é o pincel! Me dá o tom? Tua voz é a melodia. Me dá o fogo? Teu beijo é a fogueira. Me dá o calor? Teu abraço é o lugar mais aquecido do mundo.
Encho esta página em branco com estas palavras porque ao menos elas se deixam preencher por mim. Queria, na verdade, estar recheando o teu coração, tão cheio de marcas e de poços profundos, dos quais ouço você gritar, em silêncio, por ajuda. Estou aqui, meu amor. Eu ouço o que você não diz.
A falta que sinto de você me deixa excessivamente piegas. É mesmo coisa de doido varrido sentir algo em um mundo onde as pessoas mais parecem robôs, produzindo sentimentos em série, tão mecânicos quanto um carro. Por que nos descartamos como uma latinha de Coca Cola?
Recuso o refrigerante gelado, os agitos mais badalados, os melhores filmes. Por mais que eu insista, minha alegria vem sempre fracionada, meu contentamento nunca chega completo. Te quero, portanto, porque não agüento mais fazer festa pela metade.
Lindo! Apaixonante! Encantador! Adorei.
ResponderExcluirUm beijo
Isso tudo parece um telefonema, onde a pessoa ouve sua voz em alta falante, e ela soa ate como se fossem gritos. tomara que não sejam so ouvidos, pq o som se esvai no ar. Obrigado por insistir deveria ser so q o vc deveria ouvir, torço ainda q ouça, para q eu não tenha de ouvir, não q eu não queira ouvirei quantas vezes ela precisar ser dita, mas prefiro ouvir que vc a ouviu. Thiago Cardoso
ResponderExcluir" mesmo coisa de doido varrido sentir algo em um mundo onde as pessoas mais parecem robôs, produzindo sentimentos em série, tão mecânicos quanto um carro. "
ResponderExcluirficou lindo lindo *-*
saudades (L)