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Tendo como principal meta de vida a realização de um sonho herdado do pai, a mocinha se vê envolvida numa enrascada ao beijar um príncipe-sapo e, contrariando a lógica dos contos de fada, transformar-se também em uma comedora de moscas.
A partir de então, a produção, repleta de encantos e de musicais fabulosos, engata em um ritmo apaixonante, onde ambos os personagens principais precisarão descobrir o que realmente precisam para conseguirem ser aquilo que desejam: humanos.
Em uma das canções entoadas ao longo do filme, uma velha feiticeira tenta explicar aos protagonistas como é que se faz para encontrar a essência de si mesmos, para ir até onde mora o que realmente importa dentro de nós. “Cavando mais, até o fundo / Só assim vão descobrir o que precisam ver / O brilho do sol / Cavando mais, até o fundo / Pra se conhecer / O que será que vai aparecer? / Cave até o fundo e vai saber”.
O que há além destes sorrisos rasos que distribuímos no dia a dia? O que existe no fundo destes abraços superficiais com os quais nos contentamos por aí? Se tivéssemos a coragem de cavar mais, até o fundo, descobriríamos em nossas terras muita riqueza, encontraríamos nos terrenos do outro algo muito mais valioso do que o petróleo.
Acostumados a atracar nossos barcos à beira, perdemos o melhor das pessoas, que sempre repousa no fundo delas. Se a esposa tivesse coragem para cavar até o fundo de si própria, teria olhos para perceber a insegurança do marido, que, por sua vez, se sentiria tocado ao ter sido percebido além do que se pode ver, fato que, possivelmente, o levaria também a querer conhecer o que a mulher guarda em seu baú.
Existe alguém que mora atrás do silêncio de seu amado, há vida depois da vaidade que seu amigo expõe, mora um belíssimo sorriso dentro da melancolia em que sua mãe se esconde. Nossa falta de coragem para cavar até o fundo nos aprisiona ao pouco que vaza na superfície, nos faz reféns daquilo que é efêmero e nos impede de descobrir a energia que cada um traz no coração.
Quer descobrir o que precisa de verdade, onde moram o amor e a verdade, a felicidade e o contentamento, o petróleo e o que nos dá vida? Cave até o fundo e vai saber.