Na semana passada, o Brasil inteiro parou – literalmente – por conta da falta de energia elétrica que atingiu inúmeros estados do país. De pequenas localidades a grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo, vários foram as cidades que ficaram no breu total ao longo de mais de cinco horas.
No dia seguinte ao acontecimento, jornais, autoridades políticas, formadores de opinião e demais movimentos expressivos da sociedade confabulavam a cerca dos motivos que podem ter causado o apagão.
Como é de praxe, uns culpam os outros e filho feio permanece sendo órfão. Pra ser sincero, fiquei foi pensando em outra coisa: será que já não estamos no escuro há muito tempo e não nos damos conta? O apagão da mente já começou há bastante tempo...
Nossos geradores internos estão bem mais fracos do que deveriam. Perdemos a energia rapidamente diante de um problema e nos falta luz quase todos os dias para clarear nossos caminhos, ideias e pensamentos. A luz de nossos olhos anda sem graça, ofuscada pelo brilho dos lasers da boate onde passamos as noites dos fins de semana, apagada pelo sol, que permanecemos insistindo em tapar com a peneira.
Nos falta energia para virar a mesa quando estamos insatisfeitos com o pouco que nos oferecem, para correr atrás de uma nova oportunidade de emprego, para vibrar quando marcamos aquele gol que a torcida não esperava mais.
Falta clareza em nossas palavras para elogiar o esforço de um amigo, para abraçar com afeto quem nos procura com medo, para ligar para quem está longe apenas para dizer o quanto ele faz falta perto.
Estamos apagados em nossos relacionamentos, que quase não iluminam mais nossa semana. Apagados na vida e apagando pessoas que deveríamos sublinhar, apagando palavras que deveríamos guardar, apagando sentimentos que deveríamos eternizar. Estamos apagados e nos apagando de nós mesmos.
Não importa quantas panes sejam identificadas em Itaipu ou em qualquer usina elétrica pelo país. Nossos sistemas de geração de força pessoal é que precisam ser revisados e alimentados com os combustíveis corretos: amor, perdão, carinho, alegria, respeito...
com toda certeza precisamos mesmo acender a nossa luz interior, para ver se conseguimos nos enxergar. entender de maneira clara, nossas vontades, nossos sentimentos.
ResponderExcluirvocê como sempre, mandando muito bem. adoro tudo por aqui :)
beijo!
tenho apagado tanta coisa do lado de dentro, ou fingindo que apago.
ResponderExcluirmuita luz amigo, saudades ;*
ultimamente minha energia tem ficado sempre na reserva, vou apenas levando...
ResponderExcluirdepois de um tempo, todas as coisas vão deixando de ter aquela luz e energia que possuíam no início, até mesmo as internas...
linda crônica amigo!
PARABENS!
"...para abraçar com afeto quem nos procura com medo..."
ResponderExcluirAmei o texto.. e essa frase em especial,pois fazemos isso a todo o momento... e no final o medo maior e nosso!!!
Mt bom.. te dolo..
Bárbara Terra
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSeu texto esta extremamente incrivel,
ResponderExcluiradorei muito mesmo, esta de parabéns.
olá carotta.
ResponderExcluirnão costumo postar aqui...
aliás, essa é a segunda postagem, posi prefiro dizer o que penso a você. Certamente, é uma atitude individualista e um tanto quanto contrária aos ditâmes jornalísticos e publicitários.
Enfim, não foi isso que vim fazer neste seu canto. Quero dizer que escrever é uma arte e, como um bom pintor, escultor e profissionais que sabem esculpir a obra bruta, você também é responsável em dar vida aos sentimentos brutos, inertes e insensíveis do nosso coração.
Mas, o que mais me encantou nesta crônica foi o seu olhar crítico sobre a foto (?). Ela não existe e isso foi encantador, pois mostra o escuro deste apagão que cala, muitas vezes, nossa alma. Perceptível descoberta sua. Aliás, parabéns pelas suas fotos também. Elas são o primeiro xamariz para que possamos ler suas crônicas.
Fique na paz...
Frank Tavares